Varizes são veias dilatadas e tortuosas que aparecem com mais frequência nas pernas, coxas e nos pés. Elas se formam devido a uma insuficiência das válvulas responsáveis por ajudar no retorno do sangue venoso (em sentido contrário ao da gravidade ) – o que causa o refluxo sanguíneo o aumento da pressão do sangue dentro dessas veias insuficientes. Como o sangue venoso é um sangue não oxigenado, isso causa um processo inflamatório local, causando edema, dor, coceira, vermelhidão…. até lesões de pele em casos mais avançados.
As varizes, além de trazerem um dano estético para o paciente, é uma doença evolutiva e piora com o passar do tempo. A evolução pode levar a sangramentos, tromboflebites e, em casos mais graves, trombose e embolia pulmonar.
Existem diferentes tipos de varizes, eles variam pelo calibre e localização. Há tratamentos específicos para cada um deles. Isso nos leva à outra questão: por muito tempo, a cirurgia era a única maneira de resolver a condição. Por isso, quando se fala em fazer um tratamento para varizes, também há uma tendência em acreditar que será necessário realizar um procedimento cirúrgico para cuidar do problema.
No entanto, os avanços da cirurgia vascular mudaram essa realidade. Hoje, é possível tratar a doença sem nem sair do consultório médico, dependendo do caso.
Mas vamos por partes. Primeiro, é preciso conhecer os tipos de varizes que existem para, depois, compreender melhor as alternativas de tratamento. Então, vamos lá!
Quais são os tipos de varizes que existem?
Existem três tipos de varizes:
1) Varizes tronculares: maior e mais grosso que os demais, esse tipo de variz é responsável pela dilatação de grandes troncos venosos. É muito comum que afete a veia safena e cause complicações como a flebite superficial (inflamação das varizes) e a trombose venosa profunda.
2) Varizes reticulares: são as varizes consideradas de tamanho médio. O fato de serem menores do que as varizes tronculares não significa que não possam gerar complicações. No entanto, em geral, varizes reticulares não representam um grande risco para a saúde. Juntamente com as anteriores são as grandes responsáveis em nutrir as telangiectasias.
3) Telangiectasias ou aranhas vasculares: essas varizes são as de aspecto avermelhado. Bem menores que as outras, não representam um grande problema para a saúde vascular, apesar de também afetarem o retorno do sangue para o coração e poderem provocar sensação de peso e cansaço. Elas se assemelham à forma de uma teia de aranha e comprometem mais a aparência do que a saúde. Ainda assim, devem ser tratadas, pois sua existência significa que o sangue não está circulando como deveria pelas pernas. Eu chamo-a essas mi rovarizes de “ponta do iceberg” porque muitas vezes estão associadas varizes mais calibrosas nutrindo essas veias.
O tratamento mais adequado para cada um dos tipos de varizes é indicado pelo angiologista e cirurgião vascular.
O médico recomenda a abordagem mais apropriada depois de realizar um exame clínico detalhado, a realidade aumentada e o Eco Doppler são grandes aliados na decisão terapêutica.
Até pouco tempo atrás, praticamente só existia dois métodos de tratamento das varizes, a escleroterapia para as telangiectasias e a cirurgia para os outros tipos.
Hoje em dia, graças a tecnologia e ao avanço da fleboestetica atual podemos tratar a maioria das varizes sem sair do consultório.
- O laser transdermico é muito utilizado para tratar varizes tronculares de até 2mm, varizes reticulares e microvarizes. É muito amplo e hoje é o método mais utilizado no consultório.
- A espuma densa, associada ou não ao laser transdérmico, trata varizes mais calibrosas, mais profundas e até safenas, sem necessidade de anestesia e é praticamente indolor;
- O endolaser é o padrão ouro no tratamento das veias safenas magnas, mas também é utilizado para tratamento de varizes tronculares a partir de 2mm. Necessita de anestesia local e em casos de maior gravidade até de raquianestesia, não tem cortes e o paciente não necessita de muito repouso após tratamento;
- A microcirurgia hoje é associada a um dos métodos anteriores, cada vez menos utilizada mas ainda necessária em casos específicos, realizada com agulha de crochê e anestesia.
O tratamento deve ser estudado individualmente e muitas vezes usamos uma combinação de técnicas.
- Cuidados e prevenção:
Hereditariedade, obesidade, gestação e passar longos períodos em pé ou sentado são algumas das causas das varizes. É possível evitar o aparecimento e agravamento da doença com a prática de exercícios físicos, emagrecimento e o uso de meias elásticas, com recomendação médica. Para as pessoas que passam muitas horas sentadas ou em pé, a recomendação é se movimentar periodicamente para ativar a circulação e para que os músculos auxiliem a bombear o fluxo sanguíneo.
No próximo post falarei sobre a classificação da doença venosa superficial (das varizes), não deixe de ler!