O medo de ter trombose por uso de anticoncepcional faz com que muitas mulheres se preocupem quanto ao tipo de pílula usado e até busquem outros métodos contraceptivos. No entanto, o assunto ainda é envolto em detalhes e dúvidas que devem ser esclarecidas para prevenir – e às vezes remediar – o problema.
O que é trombose?
Caracterizada pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, a trombose pode bloquear o fluxo de artérias e veias de diversas partes do corpo.
No caso da trombose venosa, a obstrução costuma ser nos membros inferiores e, se o coágulo se desprender, pode causar complicações graves como a embolia pulmonar.
Já a trombose arterial pode parar o fluxo de importantes vias do cérebro, coração, membros inferiores e outros órgãos, gerando Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e a isquemia de membros inferiores.
Qual a relação entre trombose e anticoncepcional?
Os hormônios presentes no anticoncepcional afetam a coagulação sanguínea e podem favorecer a formação de coágulos.
Quando esses coágulos obstruem uma veia tem-se uma trombose venosa profunda, geralmente nas pernas.
O risco maior é esse coágulo se soltar e chegar aos pulmões, causando uma embolia pulmonar. Em casos ainda mais graves, o coágulo pode se formar em uma artéria, causando um AVC ou infarto do miocárdio.
Mas é importante ressaltar que os casos de trombose relacionados ao uso do anticoncepcional são relativamente baixos, e estão mais ligados ao uso de pílulas com hormônios combinados, sendo mais frequente no início do tratamento e em mulheres com fatores de risco.
Os principais fatores de risco são varizes, diabetes, histórico de problemas cardiovasculares e do sistema circulatório, obesidade, tabagismo , predisposição genética ou autoimune para a formação de coágulos (trombofilia) e causas anatômicas (ex. Síndrome de Cockett).
Por isso, torna-se de extrema importância a avaliação das mulheres pelo ginecologista e também do angiologista, principalmente as pacientes com fatores de risco.